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A RETOMADA E SUAS IMPLICAÇÕES – Por Alcântara Macedo Economista, ex- presidente do CIC e consultor internacional.

 

Ainda caminhamos para o extermínio de parte do setor produtivo, estamos diante de uma variável exógena e não conhecemos a sua capacidade de nocividade plena. O momento é mais desafiador do que imaginávamos . O PIB brasileiro caiu, no ano passado, 4,1%, ainda  menos do que a previsão de 10%.  O crédito foi da política econômica, de manter a taxa de juros baixa, do auxílio emergencial e sobretudo, diminuir a velocidade da expansão monetária . Porém, manter estes três vetores comportados, sem consequências  econômicas e financeiras negativas, vai exigir uma política de controle do déficit público de mão de ferro, firme, sem concessões políticas, politiqueiras;  considerando que os anos que se seguem , possivelmente, teremos uma disputa ideológica e de poder. No controle do déficit público estará a chave da travessia. Portanto, a luta  , o combate , exigirão um ingrediente escasso: – patriotismo . O crescimento é importante , mas , estaremos numa quadra de exceção, o necessário será manter os fundamentos vitais da economia, que posteriormente possibilite a implementação de um plano de crescimento , conjugado com uma visão de desenvolvimento econômico e social de vanguarda. 

O tesouro nacional está exaurido , sua capacidade de gerar caixa pela arrecadação de impostos diminuiu acentuadamente, por força da redução da produção e o do aumento das despesas públicas emergenciais. 

Manter as taxas de juros atuais, poderá se tornar inviável , com o impacto da demanda por crédito e sua imprevisibilidade de retorno , o crédito emergencial não poderá ser contínuo ( instalará uma cultura de misericórdia), a continuidade poderá ser uma dose de remédio exagerada  , criando no enfermo uma doença crônica , a miséria. Por fim, a expansão monetária será inevitável, instalando o retrocesso: um crescimento medíocre ( vôo de galinha), uma inflação perturbadora , paga pelos trabalhadores empresários , funcionários e operários. E atingindo de frente a distribuição de renda, que é um dos problemas mais relevante da economia brasileira.

A pergunta é , e as empresas vivas  e restantes , o que fazer?

⁃ com a redução da renda, da escassez de demanda , é fundamental adequar os custos a nova realidade,  implementar uma política de fidelização dos clientes para retornar a competitvidade ,buscar a lucratividade anterior e retomar sua fatia de mercado.

A  JORNALISTA SILVANA FROTA, EDITORA DA REVISTA CEARÁ E Municípios FEZ TRÊS PERGUNTAS A Alcântara MACEDO.

Gostaria que me respondesse a 3 perguntas:
1- O governo só pensa em diminuir ou congelar os salários dos funcionários federais. O funcionalismo do baixo clero que ganha até 5 mil reais.( e é a grande maioria) já está sem aumento há 5 anos e a proposta é congelar os salários até 2025. Como vai sobreviver?

2- Sem poder de compra como vamos poder voltar a consumir e a economia crescer ?

3 – O que você acha de taxar as grandes fortunas?

Resposta 1.
O momento é muito difícil e as dificuldades impostas pela pandemia deixou o tesouro nacional sem caixa. A transição impõe um controle de ferro do déficit público, o que será uma tarefa de extrema importância, mas, muito difícil de implementar. E se essa gestão for negligente, possivelmente, a inflação se eleva, com risco de estagnação do crescimento econômico.
Considerando, a crescente necessidade de recursos para educação, saúde e segurança; sobram as despesas correntes do governo. Manutenção de despesas de custeio ou os salários dos servidores públicos. Será uma decisão difícil, mas a maioria coletiva não é o servidor público e sim os trabalhadores de salário mínimo. Falo como economista, não como político.

Reposta 2.
O crescimento econômico não nasce do consumo e sim da formação de poupança bruta , que gera o investimento, o emprego ,renda e o produto.Este é ciclo virtuoso da teoria econômica. A formatação desse ciclo é que garante o crescimento econômico, não é aumento de salário, o salário, sem produtividade não cria mercado.

Resposta 3.
Um tiro no pé. Desestimular o gerador de riqueza: que gera emprego, renda, produto e receita tributária; é inibir o desenvolvimento econômico e social.
O que deve ser implementado é uma política de cobrança de imposto pós morte para grandes heranças , para investimentos sociais, como nos USA, que em alguns estados, chega a 40% do espólio. O estado não gera riqueza , administra sem qualidade os impostos nossos. Os investidores, os empresários são os cavalos que carregam a carruagem.

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